Hoje, logo a seguir ao almoço, a TVI transmitiu um filme que eu já tinha visto e há não muito tempo. Não me recordo do nome e nem isso é o mais importante. O filme (que contava com a participação da AngeLINDA Jolie) era sobre uma equipa liderada por um médico que trabalhava num qualquer campo de refugiados em África. Em clima de guerra, o médico e a sua equipa lutavam contra tudo e contra todos para, no meio do caos total, salvar uma vida em mil (na melhor das hipóteses...). A miséria e a falta de condições eram uma constante. Enquanto nós, apesar das constantes lamentações do povo, vivemos, apesar de tudo, em abundância, para aquelas pessoas a ingestão de uma (1) simples banana significaria o aporte de mais calorias do que aquelas habitualmente lhes era permitido durante 24 horas!!!
Eu, sinceramente, acho que não seria capaz de trabalhar numa situação assim, com pessoas a morrerem à minha volta, ao mesmo tempo que outros, poucos, se divertiam em guerras patrocinadas pela indústria do armamento e pelas nações que delas dependem em larga escala (you know who I'm talking about...). Sentir-me-ia como que a tentar apagar um fogo florestal com um copo de água. Inútil... E até que ponto salvar uma vida de alguém que sempre viveu, vive e, se tudo correr mal/bem (riscar o que não interessa) viverá sempre na miséria será uma boa ideia? Pode parecer cruel, mas possivelmente era melhor que as coisas terminassem o mais rápido possível. Seria talvez aí, com o caos e a morte definitiva e confortavelmente instalados que quem pode talvez fizesse, de facto, algo. Ou talvez não, não sei...
Quando um país se vangloria de ter enviado umas quantas toneladas de cereais ou outros alimentos para um qualquer país africanos é muito possível que esse envio seja uma contrapartida pela compra de armamento para suportar o conflito que criou a situação e que, por sua vez, levou à necessidade do envio de apoio alimentar. E, de referir, que todas as sementes de cereais enviadas neste tipo de acção são previamente esterilizadas, não fossem eles começar a semear e, de repente, deixar de depender de tal ciclo de hipocrisia.
Ainda há dias ouvia falar sobre erradicar a fome do planeta Terra. Não pude deixar de sorrir. Um sorriso irónico e amarelo. A fome poderia terminar neste mesmo mês!!! Mas isso, para quem manda e para quem ganha com isso (e ganha muito), não interessa mesmo nada...
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