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sábado, 10 de outubro de 2009

Carl Orff - Carmina Burana

Os carmina burana, do latim carmen,ìnis 'canto, cantiga' e bura(m), em latim vulgar 'pano grosseiro de lã', geralmente escura. Designa igualmente o hábito de frade ou freira feito com esse tecido, são textos poéticos contidos num importante manuscrito do século XIII, o Codex Latinus Monacensis, encontrados durante a secularização de 1803, no convento de Benediktbeuern - a antiga Bura Sancti Benedicti, fundada por volta de 740 DC por São Bonifácio, nas proximidades de Bad Tölz, na Alta Baviera. O códex compreende 315 composições poéticas, em 112 folhas de pergaminho, decoradas com miniaturas. Actualmente o manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional de Munique.


O compositor alemão Carl Orff musicou alguns dos Carmina Burana, compondo uma cantata homónima. Com o subtítulo "Cantiones profanae cantoribus et choris cantandae", a obra, por suas características, pode ser definida também como uma "cantata cénica". Estreou em Junho de 1937, em Frankfurt e faz parte da trilogia "Trionfi" que Orff compôs em diferentes períodos, e que compreende os "Catulli carmina" (1943) e o "Trionfo di Afrodite" (1952). A cantata é emoldurada por um símbolo da Antiguidade — a roda da fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente boa e má sorte. É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança, mas não apresenta uma trama precisa.

Orff optou por compor uma música inteiramente nova, embora no manuscrito original existissem alguns traços musicais para alguns trechos. Requer três solistas (um soprano, um tenor e um barítono), dois coros (um dos quais de vozes brancas), pantomimos, bailarinos e uma grande orquestra (Orff compôs também uma segunda versão, na qual a orquestra é substituída por dois pianos e percussão).

A obra é estruturada em prólogo e duas partes. No prólogo há uma invocação à deusa Fortuna na qual desfilam vários personagens emblemáticos dos vários destinos individuais. Na primeira parte se celebra o encontro do Homem com a Natureza, particularmente o despertar da primavera - "Veris laeta facies" ou a alegria da primavera. Na segunda, "In taberna", preponderam os cantos gregorianos que celebram as maravilhas do vinho e do amor (“Amor volat undique”), culminando com o coro de glorificação da bela jovem ("Ave, formosissima"). No final, repete-se o coro de invocação à Fortuna ("O Fortuna, velut luna”).

Carl Orff nasceu e faleceu em Munique (10 de Julho de 1895 — 29 de Março de 1982) foi um compositor alemão, um dos mais destacados do século XX, famoso sobretudo por sua cantata Carmina Burana.A sua maior contribuição, contudo, situa-se na área da pedagogia musical, com o Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto. Orff criou um centro de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até a data do seu falecimento.

Carl Orff recusava-se a falar publicamente seu passado. É sabido no entanto que nasceu em Munique, oriundo de uma família da alta burguesia bávara, muito activa no meio militar alemão.

Orff estudou na Academia de Música de Munique até 1914. Serviu então nas forças armadas durante a Primeira Guerra Mundial. Posteriormente, actuou nas óperas de Mannheim e Darmstadt, regressando posteriormente depois a Munique, para continuar seus estudos musicais. Em 1925 foi co-fundador da Guenther School, para actividades físicas, músicas e dança em Munique, na qual trabalhou até ao fim da sua vida. Com base no constante contacto com crianças, desenvolveu suas teorias de educação musical neste período.

Embora a associação de Orff com o nazismo nunca tenha sido comprovada, Carmina Burana tornou-se muito popular na Alemanha nazista depois de sua apresentação na cidade de Frankfurt, em 1937. Orff era amigo de Kurt Huber, um dos fundadores do movimento de resistência Die Weiße Rose (em alemão, '"A rosa branca"), condenado à morte pelo Volksgerichtshof e executado pelos nazis em 1943. Após a Segunda Guerra Mundial, Orff alegou ter sido membro do grupo, tendo-se envolvido na resistência, mas não há provas conclusivas disso.

Orff foi enterrado na igreja barroca do Mosteiro de Andechs, no priorado de Andechs, sul de Munique.

O Fortuna foi incluido como parte da banda sonora do filme de 1981 Excalibur realizado por John Boorman, fazendo o enquadramento sonoro de uma cena épica em que surgem os cavaleiros do reino de Camelot (ver vídeo). A música encaixa de tal forma no filme que parece ter sido composta para este.



A cantata completa de Carl Orff aqui fica para desfrutarem. É só clicar sobre a imagem abaixo para fazer o download.
Bom fim de semana !!!


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