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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ultima Thule

Nos anos 70 passou na televisão uma série de ficção científica com o nome Space 1999 (Espaço 1999). Narrava as aventuras e desventuras de um grupo de mais ou menos 300 seres humanos a vaguear pelo espaço transportados pela Lua que havia sido arrancada da órbita terrestre  devido a uma enorme explosão nuclear ocorrida na superfície da Lua e que, funcionando como um enorme foguete propulsor, impulsiona o satélite natural da Terra para o espaço. Sob o comando do mítico comandante John Koenig (Martin Landau), gozando dos zelosos cuidados médico da Dra. Helena Russel (Barbara Bain), na companhia do carismático Victor Bergman (Barry Morse) e impossibilitados de serem salvos a partir da Terra empreendem uma fantástica viagem pelo Universo, com verdadeiros saltos quânticos por entre buracos negros e outras singularidades do Universo.



Os efeitos especiais serão hoje considerados quase incipientes (nada de efeitos digitais processados num qualquer computador). Mas uma boa trama e a envolvência criada em redor dos personagens transformou o Espaço 1999 numa série de culto.
Num dos episódios os habitantes da base lunar Alfa são atraídos para um planeta gelado e estéril, Ultima Thule. Aí encontram um outro grupo de humanos, náufragos de uma expedição espacial perdida há muito, e que vivem eternamente. Mas a imortalidade tem um custo: os habitantes de Ultima Thule tornaram-se inférteis, sendo absolutamente incapazes de se reproduzirem. E caso tentem abandonar o planeta gelado morrem devido a um processo de envelhecimento instantâneo. Estão assim presos, divididos entre a morte ou uma vida eterna num planeta praticamente morto. De certa forma é aquilo que poderá acontecer ao ser humano no futuro. A sede de consumo dos recursos da terra, com vista a aitingir uma "imortalidade tecnológica e civilizacional", levará à esterilidade do planeta e, por consequência à esterilidade da raça humana. Impelidos a abandonar a "casa em chamas", dificilmente conseguiremos alcançar um porto de abrigo em tempo útil, perecendo de velhice no caminho. Não será melhor cuidarmos da casa que nos acolhe? Quando será que os seres humanos que podem decidir compreendem que o bem mais importante que possuímos é o nosso planeta e que cada passo dado na direcção da sua destruição é um passo para a destruição e que nem toda a riqueza, cartões de crédito, armas e bens que consideramos de elevado valor servirão para o que quer que seja. E nessa altura poderá ser demasiado tarde.


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